o Ambiente
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
QUAIS AS SUAS CONSEQUÊNCIAS?
Fotografia por Louis Vizet
Publicado 20, Abril de 2021
6 Min.
O Planeta Terra – o único lugar habitável alguma vez conhecido – está a degradar-se a um ritmo nunca antes visto. As principais causas? O aquecimento global, a poluição, a sobrepopulação mundial e, claro, cada um de nós, nas suas ações. E quanto às consequências? Apercebeste de diferenças à tua volta nos últimos anos?
A temperatura média global da superfície terrestre aumentou mais de 0,9◦C desde 1906, tendo atingido quase o dobro nas regiões polares. Este valor parece pequeno mas tem um grande impacto. E esse impacto foi acelerado nas últimas décadas: nos últimos 40 anos, a cada década que passa, tem-se registado um aumento de 0,18◦C na temperatura média anual.
Cada aumento traz consequências avassaladoras:
• as alterações nos habitats de organismos vivos (que leva à extinção de espécies);
• o degelo observado nos polos norte e sul;
• as alterações nos padrões de precipitação (já não é certo quando é que é estamos em tempo de primavera ou inverno);
• a subida do nível das águas do mar (as praias parecem ficar cada vez mais “curtas”!);
• e a ocorrência cada vez mais frequente de fenómenos extremos (tufões, furacões, cheias, em várias partes do globo! Grandes incêndios nos EUS enquanto há inundações na Indonésia.)
São as ações das atividades humanas que provocam estas alterações no Planeta Terra. Porquê? Porque uma enorme parte das atividades humanas emitem constantemente gases com efeito de estufa (GEE) para a atmosfera terrestre.
Mas o que é o efeito de estufa? O efeito de estufa é algo bom, quando está na dose certa. O efeito de estufa é um fenómeno natural, essencial para a existência de vida na Terra. Sem este, a temperatura da Terra seria negativa (-17◦C) e o planeta seria gelado. O efeito de estufa é gerado devido à presença de alguns gases na atmosfera (como o dióxido de carbono, CO2) que têm a capacidade de reter parte da radiação térmica emitida pela superfície terrestre, impedindo que esta saia da atmosfera.
As atividades humanas – como o consumo de combustíveis fósseis (quer seja a gasolina que usamos no carro, quer seja a produção do plástico presente nos nossos produtos diários) – emitem gases para a atmosfera. Muitos, em grande quantidade. Estes gases ficam presos na nossa “estufa”. E é aqui que o nosso planeta começa a aquecer demais.
A emissão de gases para a atmosfera provoca mais calor. (Já deves ter reparado que as cidades com mais poluição são também cidades muito quentes.) Este calor, que não sai do planeta, leva ao aumento da temperatura média global. Acontece o aquecimento global. O aquecimento global provoca as alterações climáticas, e temos assistido a muitas nos últimos anos!
Vemos com muita frequência notícias de que mais um grande bloco de gelo se descolou do bloco principal na Antártida, enquanto testemunhamos secas em Portugal e noutros países. Quais as consequências das alterações climáticas? Por todo o mundo, vários estudos publicados têm documentado os impactos das alterações climáticas.
Entre eles:
- 95% do manto de gelo dos polos derreteu e estima-se que mais de um terço dos glaciares ainda existentes desapareçam antes do ano 2100.
- Com o derretimento dos glaciares, a quantidade de água doce disponível diminui, uma vez que estes armazenam cerca de 75% da água doce existente no mundo.
- O nível médio das águas do mar tem subido 3,2 milímetros por ano.
- Várias espécies animais, como algumas borboletas, mudam as suas rotas migratórias devido às mudanças de temperatura.
- Várias espécies, como os mosquitos, começam a propagar-se mais rapidamente, podendo levar também à propagação de doenças, como a malária. Outras espécies, como o urso polar, encontram-se já em risco de extinção.
- Por todo o mundo há cada vez mais registo de fenómenos de precipitação severa, com ocorrência de cheias.
- E também fenómenos de seca extrema, deixando os solos mais suscetíveis a incêndios e à escassez de água.
Uma das principais consequências é os alimentos tornarem-se cada vez mais escassos. É mais difícil manter as produções até ao fim, prever o melhor local ou a melhor altura do ano para as fazer. Também é muito difícil protegê-las de acontecimentos como chuvas de granito, pragas de insetos ou ondas de calor.Os países mais desfavorecidos, que têm menos acesso à informação, são os mais desprotegidos. E por isso ficam mais sujeitos à fome.
Este é um problema global, em que cada um de nós tem uma participação, através das atividades que fazemos no dia-a-dia. A cada um de nós, cabe a responsabilidade de trazer para o nosso quotidiano os comportamentos mais sustentáveis, fazendo escolhas com impacto ambiental reduzido.
Podemos fazê-lo ao preferirmos produtos com menor pegada ecológica e escolhendo, sempre que possível, meios que utilizem energias renováveis.
Sugestão de visualização:
Before the Flood (2016).
Neste documentário, o ator e cofundador da Earth Alliance, Leonardo DiCaprio, junta-se à National Geographic com o objetivo de alarmar o mundo sobre as alterações climáticas.
Vários problemas são discutidos com relatos únicos, como a desflorestação, os consumos descontrolados de diferentes bens e matérias e o aumento do nível das águas do mar.
por Daniela Oliveira