Pegada Ecológica – Alfaloc

o Ambiente

AS CIDADES PERDIDAS

O AUMENTO DO NÍVEL DAS ÁGUAS DO MAR

Fotografia por "The Guardian"

Publicado, 09 Julho de 2021

6 Min.

Os efeitos das alterações climáticas estão cada vez mais visíveis por todo o mundo. Várias investigações demonstram que o continente asiático é o mais afetado, sendo a China o responsável pelos maiores níveis de emissão de CO2 para a atmosfera.
A queima de combustíveis fósseis continua a destacar-se como a principal causa do aquecimento global. Essa queima provoca a elevada emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera e, consequentemente, a temperatura média global do planeta aumenta.


Grande parte do calor gerado é absorvido pelos oceanos, levando à sua expansão térmica. À medida que as temperaturas aumentam e que o degelo do Ártico ocorre, o nível médio das águas do mar atinge níveis cada vez mais elevados, ano após ano.

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De facto, caso nada seja feito para mitigar as alterações climáticas, estima-se que o nível médio das águas do mar sofra um aumento médio de 9 metros nos próximos 80 anos. Com este aumento, e também devido ao bombeamento excessivo de água subterrânea em algumas cidades, muitas zonas costeiras estão suscetíveis a inundações e várias cidades que se encontram a cotas mais baixas, podem mesmo desaparecer até 2050, afetando 150 milhões de pessoas que vivem nestas zonas!
E que cidades podem vir a desaparecer do mapa?


São várias as cidades em risco de desaparecer devido ao amento do nível das águas do mar. Entre elas:


· Jacarta, Indonésia – grande parte da cidade poderá já estar submersa em 2050


· Lagos, Nigéria


· Houston, Texas – efeitos do furacão Harvey na interestadual 45


· Dhaka, Bangladesh – 17% de Bangladesh pode ficar inundada até 2050


· Veneza, Itália – Veneza está a desaparecer a uma taxa anual de 0,2 cm. Já vamos notando nas notícias.


· Virginia Beach, Virginia – o nível das águas do mar pode subir cerca de 3,6 metros até 2100


· Bangkok, Tailândia – Bangkok está a desaparecer a uma taxa anual de 1 cm, podendo ficar abaixo do nível do mar já em 2030


· Nova Orleans, Louisiana – efeitos do furacão Katrina. Nova Orleans está a desaparecer a uma taxa anual de 5 cm, podendo estar totalmente submersa em 2100


· Rotterdam, Holanda – 90% da cidade encontra-se abaixo do nível do mar. Os holandeses têm criado planícies de inundação naturais como medida preventiva.


· Alexandria, Egito – As praias de Alexandria estão a desaparecer com o aumento do nível das águas do mar


· Miami, Flórida – Em Miami, grande parte das zonas costeiras estão em risco de inundação já nos próximos 15 anos


· Rio de Janeiro, Brasil – Cerca de 1.8 milhões de pessoas serão afetadas

Bangkok, Tailândia
Grande São Paulo, Brasil
News Orleans, EUA
Miami, EUA
Bangladesh
E quanto às cidades portuguesas?


Dada a extensa frente marítima de Portugal, é inevitável que várias cidades portuguesas estejam vulneráveis a inundações e que possam mesmo vir também a desaparecer. De facto, são 24 as cidades que se encontram em alerta devido aos efeitos do aquecimento global.


· No Norte de Portugal:


Espinho, Matosinhos, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo e Caminha


· No centro de Portugal:


Peniche, Nazaré, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Ovar e Aveiro


· No Sul de Portugal:


Vila Real de Santo António, Faro, Olhão, Portimão, Lagos, Troia, Setúbal, Costa da Caparica, Barreiro, Moita e Montijo

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Que medidas de mitigação devem ser tomadas?


Para limitar a emissão de CO2 a quantidades mais reduzidas, é necessário que os governos optem cada vez mais por energias renováveis, em detrimento dos combustíveis fósseis. É igualmente necessário atuar ao nível do ordenamento do território de modo a evitar a expansão urbana nas zonas costeiras, bem como incentivar a população à adoção de comportamentos que permitam reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. Apenas desta forma, é possível criar mudança!


Por isso, começa já hoje a ponderar as tuas escolhas. Vais deslocar-te de carro, transportes públicos ou bicicleta? Tu fazes parte da mudança.

por Daniela Oliveira